“Vamos foder.” Mas, afinal, qual é o problema com esta simpática sugestão? Se é o homem a sugerir à mulher, a fêmea parece interpretar como o maior dos insultos à sua querida mãezinha. Se é a mulher a sugerir ao homem, o macho… bem, normalmente fica logo assustado e a fazer contas à sua prezada masculinidade. O que raio se passa com o mundo, “mes enfants”? (oh, sim… agora também uso expressões em Francês). Mas será assim tão difícil compreender que esta e outras falhas de comunicação só aumentam os já gravíssimos problemas de expressão entre os sexos? Vamos lá começar a chamar as coisas pelos seus devidos nomes e deixem-se de eufemismos de merda (ah! Já agora, sempre que quiserem dizer merda, digam mesmo merda e não “porra”… se considerarmos que “porra”, para além da interjeição que significa irritação, impaciência ou descontentamento, também significa pénis, e por proximidade “caralho”, e é ainda uma designação para esperma, se calhar “porra” até nem é uma expressão assim tão eufemística). Mas, como eu dizia antes de tão revigorante lição de léxico, não se metam em atalhos de manias falsamente civilizadas. Por que razão hei-de eu dizer: “quero fazer amor contigo” quando, na realidade, as palavras que me estão na cabeça são: “quero a tua cona”? E a expressão “quero fazer amor contigo” é particularmente imbecil quando nem sequer há amor. Em qualquer dos casos (haja ou não o tal de amorzito), a expressão “quero a tua cona” é sempre verdadeira. Alguém que me diga que isso não é verdade. E não me venham as fêmeas com o paleio do costume… “ah, e tal, pois os homens são mesmo todos assim”. Olha, falam as rotas dos esfarrapados! Até parece que há alguma diferença significativa entre os sexos no que toca à arte de dizer uma coisa e pensar outra. Venham-me agora dizer que se a coisa não for bem trabalhada como deve ser por parte do maridinho ou do namoradinho ainda vai haver a vontadinha de fazer o tal amor. Bem, até acredito que essa vontade continue a sentir-se… mas por outro qualquer que não seja o maridinho ou o namoradinho. É essa a realidade das coisas. E quem sou eu para dizer que a realidade é isto ou aquilo? Ora, isso é coisa que eu não tenho de explicar. Sabendo o que sei, tendo visto o que já vi, e experimentado o que já experimentei, sei perfeitamente que ninguém tem moral suficiente para questionar a validade das minhas afirmações neste departamento. Todos somos uns tarados em potencial. Uns aceitam o moralmente inaceitável. Outros condenam tudo isso com rótulos de coisas escabrosas, lá por detrás do seu escudo da moralidade que eles próprios odeiam na sua intimidade. A grande diferença entre ambos é que uns (os “desavergonhados” como eu) aceitam o que está dentro de si e tudo aquilo que podem ser, enquanto que outros (a triste maioria que gosta de usar a palavra “desavergonhados”) censuram todos aqueles que não se submetem à cobardia do moralmente aceitável. Essa triste maioria faz o seu amor na tal posição de missionário (oh, como eu acho deliciosamente divertida esta expressão!), na comodidade do seu colchão ortopédico, com o mínimo de atrito possível entre os corpos. Não queremos agora pensar que em vez de fazer amor estamos a foder, não é verdade? E ai de ti se gemes! Ao primeiro pio condenas-te. Dizes um “ai” e a submissa esposa imediatamente se transforma na mais lúbrica das grandes putórias! Já o excelente e cumpridor marido também não pode estar com grandes liberdades no meio das pernas da sua respectiva cônjuge. Não vá agora o pobre imbecil descair-se dos hábitos adquiridos em casas de luz encarnada à porta, onde jovens fêmeas das mais variadas nacionalidades aviam piças como quem empacota salsichas numa atarefada linha de montagem onde as trabalhadoras ganham à comissão. É. O mundo é mesmo assim. Podem chamar-me tarado à vontade. Se ser tarado significa agir de acordo com a natureza que nos permite continuar a proliferação da espécie (mesmo sem contribuir propriamente… não tem mal nenhum treinar bastante para aperfeiçoar a coisa), prefiro sê-lo e crescer até ao maior dos hedonistas do que reprimir instintos perfeitamente saudáveis e insistir em dizer que quero provar o meu amor por A, B ou C, quando na verdade quero é “provar” todas as conas de A a Z. Vamos foder.
Cão Sarnento.
4 comentários:
Eu adoro este blog! Pronto, assumo… Que outro sítio se pode vomitar “caralho”, “merda”, “piças, putas e vinho verde”, com significado tão didáctico e quase poético? Adoro, foda-se! Este local é, sem dúvida, um serviço público. Não que ensine alguma coisa a alguém (não te excites, cão, que não, não estou a elogiar!), mas porque em dia de chuva, lá se pode passar o tempo mais facilmente, em alternativa a passear de fato-de-treino pelos belíssimos corredores do Norteshopping. Por outro lado, quando estamos a borbulhar de raiva e com instintos sanguinários conscientes, então, vem-se para aqui, e diz-se tudo o que se quer e se pensa… não correndo o risco de sermos responsabilizados pela internação hospitalar da avozinha católica que hisperventilou quando lhe dizemos que “o que é bom mesmo é foder”. Finalmente, é “grátes” e ficamos satisfeitos com o serviço, porque cumpre a sua função na perfeição (que é entreter, nunca é demais lembrar;)). Por isso, eu adoro este blog (ai já disse isto).
Prontos, só passei por cá para dizer mesmo isto… Já que, mais uma vez, não me sinto maravilhada nem iluminada com dissertações revigorantes-não-sei-para-quem!
Ok, pega lá uma borla: já não vivemos na época medieval! (que lindo, puro e hipócrita que era!). Claro que ainda há muitas toucas e ceroulas reprimidas por este e o outro mundinho. Mas, sim… somos animais, com instintos básicos… somos pele, somos pilinhas e pombinhas (ai que fofo… vá: piças e conas!). E gostamos, e fodemos… e fodemos porque gostamos (esta última, nem sempre verdadeira para muitos, mas isso são outros quinhentos e já seriam borlas a mais). A borla de hoje, de mim para ti, cão;) é que mesmo assim, sabe bem sermos um pouquinho fiteiros! Sabe bem dizermos um “não” que significa “sim”, sabe bem termos vergonha para desavergonhar logo a seguir… faz parte de todo o jogo de expressão e entendimento entre dois corpos animais e humanos! O grande mal, é que esse entendimento é utópico, e claro está que tal deve-se aos vossos (homens, cães, gatos, ratos e toupeiras) genes monoprimitivos. Não tendes culpa… fazeis o que sabeis e a mais não podeis ser obrigados! Ámem…
Porra! (quero dizer "merda!"). Queria escrever "Amém", mas até nem calhou mal, que fica uma coisa intermédia entre "amém" e "amem!"... E quem diz "amem", diz "fodam"!
Cão, antes de mais nada quero que saibas que adoro ler-te!
Eu sou daquelas que gosta de foder, que gosta de ser fodida, gosto de gemer, gosto de ouvir gemer, gosto do atrito dos corpos e por vezes ate gosto de abusar da minha "crueza", por vezes choca um pouco mas não me interessa!!
No entanto tanto tambem gosto de fazer fazer amor, tambem gosto do conforto do colchão, do carinho especial...
Gosto de tudo mas não gosto do mesmo!! gosto de ter tudo dentro da situação, mas tambem gosto de coisas fora do contexto...sou comlicada, por vezes dificil de entender...
Gosto do que gosto!!! e já começo a perceber do que não gosto tambem, agora não tenho tanto medo de assumir tudo isto!!
beijinhos
Em primeiro lugar, devo esclarecer que em momento algum eu escrevi algo tão obsceno como "vinho verde"! Há que ter tento na língua. Mas eu logo vi que há muita gente com hard-core atravessado na garganta.
Sim, foder é bom... tal como o carinho da mão. Tudo se quer. O problema é (e sempre foi) saber pedir.
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