Perder a virgindade. Afinal, o que é isso? Qual a grande importância dos três vinténs? Se me perguntarem, possuir três vinténs não é assim tão grande fortuna. Ainda para mais se considerarmos o ridículo valor do dinheiro nos dias que correm. No que me diz respeito, não quero cá virgenzinhas para assuntos de dar à anca. Sem qualquer dúvida, prefiro alguém que já saiba muito bem o que quer e, por definição, o que não quer. Suponho que não seja lá muito agradável estar a meio do “vamos a isso” e a menina começar a dizer que, ah, e tal, afinal isto não é bem o que eu fantasiava… a tua pila é demasiado grande, ou demasiado pequena (sim, como se a virgenzinha tivesse mesmo termo de comparação para além do eventual dildo!). Mais vale encontrar uma fêmea experiente que me diga logo que dali não levo nada. Poupa-me o esforço de tentar levar o que quer que seja, e, honestamente, na minha escala de valores, tal atitude engrandece a mulher que possua suficiente segurança para demonstrar tal frontalidade. Suponho que muitos machos (pronto, talvez a maioria mesmo) tenham nas suas cabecinhas badalhocas a fantasia de velho tarado, que os coloca numa situação em que lhes é servida de bandeja uma inexperiente virgenzinha para eles desflorarem a seu bel-prazer, isto enquanto, obviamente, a jovem (ou nem por isso… há muitas retardadas) abre as goelas num berreiro de “ai que és tão grande”, coisa que efectivamente faz com que o macho se sinta grande, mesmo que tenha herdado genes vagabundos e seja, na verdade, a versão portátil do soberbo mecanismo masculino. Suponho que esta taradice dos homens em geral, no que concerne a fêmeas virgens, deve-se essencialmente a duas razões: a) um mal resolvido complexo de Lolita, coisa que, sendo a causa verdadeira, dificilmente será resolvida; b) a manifesta insegurança do macho que, pelo sim, pelo não, prefere deitar as manápulas a uma fêmea que saiba menos do que ele (neste caso, nada), para que o triste exemplo masculino possa brilhar em todo o seu falso esplendor. E depois, também há a questão feminina. Raios me partam se possuo uma compreensão aceitável da mania das fêmeas em quererem transformar a roubalheira da sua virgindade num qualquer épico cinematográfico de romantismo inigualável! Tenham tino! Salvo as felizes excepções, a coisa fica muito aquém das expectativas que foram crescendo para além de qualquer limite razoável. A maioria das virgenzinhas acalenta desde cedo o desejo idílico de “se entregarem” (deixem-me rir!) ao seu mais que tudo do momento. Dois pontos importantes: primeiro, muitas dessas tolinhas não fazem ideia de que o seu tal mais que tudo não tem por elas um afecto assim tão elevado e que, lamentavelmente, pretendem apenas uma fodita com uma mulher que, à partida, não poderá comparar o seu desempenho com o de qualquer outro macho; segundo, se o tal rapazola é mesmo o mais que tudo, e as suas intenções são “as melhores” (deixem-me rir outra vez!), e tendo em conta que normalmente the first time sucks, por que raio hão-de as virgenzinhas querer causar uma primeira má impressão no seu mais que tudo? É claro que não estou a sugerir que aquelas que já arranjaram um atrelado masculino vão dar a primeira com outro apêndice qualquer à laia de test drive, para se habituarem ao ritmo da coisa, e que então depois se dediquem a fazer a devida rodagem com o amorzinho. Não, nada disso. A minha sugestão é: primeiro, vivam; depois, apaixonem-se; e, por último, vivam essa paixão. (por “vivam” entendo “experimentem”, e notem que eu não disse “amem”, nem “vivam esse amor”… a maior parte das pessoas não sabe reconhecer a verdade desse sentimento mesmo que lhe seja esfregado no nariz com almíscar de trazer lágrimas aos olhos! Mas, por outro lado, quase todos sabem reconhecer mais ou menos a intensidade da paixão quando os corpos se descontrolam e começam a tremer como varas verdes, mesmo sem sentir frio ou fraqueza. Epá! Grande parêntese!). Bom! Abreviando… a única virgindade que me interessa é aquela que já se foi. Essa é a que dá lugar à experiência que, de vez em quando, me permite aprender alguma coisita relevante com determinada fêmea. E admito que ultimamente tenho aprendido algumas pequenas pérolas de sabedoria com uma ou outra mulher. Escusado será dizer que não me tenho relacionado com criaturas virgens. O meu sincero agradecimento a quem me ensina (mesmo sem intenção, e sem dar por isso, que é assim que aprendo mais e melhor). Quanto às restantes (as virgenzinhas) tratem lá disso, que depois terei todo o gosto em desmistificar a idiotice do senso comum que afirma ignorantemente que cão que ladra não morde.
Cão Sarnento.
2 comentários:
Absolutamente fabuloso!
Bem, a ilustração... muito pop, completamente cherry! Gostei do pormenor das grandes orelhas...
Sobre o tema, o que vem a ser isso da virgindade? Falta de experiência física? Nunca entendi porque os árabes consideram positivo ir para o céu e ter 70 virgens à disposição... Pureza mental? Bem, lembro-me de pensar em sexo desde criança...
Se a questão for mental, nada como recolher bastante informação de todas as fontes disponíveis: da literatura de cordel aos livros técnicos até à pornografia, não esquecendo a experiência dos amigos.
Se a questão é física, a minha sugestão é que a virgenzinha goze bastante com o dildo e assim vai treinando e gozando bastante ao seu ritmo até estar pronta para para comer carne, com as devidas (des)ilusões que isso pode acarretar.
Haverá sempre carnes melhores do que outras. E neste campo, nem mesmo os vegetarianos escapam a tal fatalidade (o que nem sequer é assim tão grave, vendo bem, pois nada melhor do que desgastar esmalte dos caninos numa carniça sola de sapato sem sabor, de tempos a tempos, para se valorizar a sério o bife tenrinho que de vez em quando nos vem ao dente).
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