“Quero”
Sexo quente
Com sabor a gente
Que se dá
Sem se oferecer
Quero
Quero isso
Quero tudo o que há
Sem me arrepender
Sem enlace
Nem compromisso
Como dois amantes
Que fodem
Pela primeira vez
Sabendo
Que nada será como antes
De se sentir a carne
E se perder os três
Quero
E quero mais
Abandonar-me
Naquela entrega
Que nos torna animais
E não se nega
Quero
O doce e o salgado
O sabor do corpo suado
E o cheiro de pele molhada
O exagero do tudo
E a desilusão do nada
Quero
Quero demasiado
Perder-me em outro corpo
Com a urgência da sede
Na boca cansada
E desejosa de beber
Apenas prazer por prazer
Entre o lençol
E a mulher abraçada.
Cão Sarnento.
Sexo quente
Com sabor a gente
Que se dá
Sem se oferecer
Quero
Quero isso
Quero tudo o que há
Sem me arrepender
Sem enlace
Nem compromisso
Como dois amantes
Que fodem
Pela primeira vez
Sabendo
Que nada será como antes
De se sentir a carne
E se perder os três
Quero
E quero mais
Abandonar-me
Naquela entrega
Que nos torna animais
E não se nega
Quero
O doce e o salgado
O sabor do corpo suado
E o cheiro de pele molhada
O exagero do tudo
E a desilusão do nada
Quero
Quero demasiado
Perder-me em outro corpo
Com a urgência da sede
Na boca cansada
E desejosa de beber
Apenas prazer por prazer
Entre o lençol
E a mulher abraçada.
Cão Sarnento.
14 comentários:
Ate faz mal ler coisas destas... que me esqueco de respirar.Porra!
Queres o beijo a loucura do gemido, mas não queres a saudade depois...não é isso??
Adorei!!
beijinhos!!
Vá, foi bonito, sim senhor! Mas agora escreve lá umas baboseiras como nos habituaste, que preciso de me entreter!;)
A saudade deixa-nos com vontade de viver tudo, a todo o momento. A razão diz-nos que, simplesmente, isso não é possível. Não temos de ser sempre racionais, é bem verdade, mas deixar que fiquemos cativos da saudade acaba por se tornar uma porta fechada que não nos deixa caminhar em outras direcções. Assim, o beijo dá-se quando a proximidade o quer e fica connosco, adormecido, à espera de ser recordado apenas no próximo tocar de lábios. Aí sim, devemos esquecer-nos de respirar e de tudo que mais não importe. Vive-se o momento com todos os poros da pele arrepiada. Só dessa maneira apaixonada a saudade será apenas um esquecimento de memória, nem perdida nem achada.
Por acaso, acho que não há nada como o primeiro beijo. E melhor ainda, na antecipação da coisa, quando a aproximação dos narizes até nos arrepia a nuca (poético, nao?)
Nada contra sexo puramente carnal, como me parece retratado neste poema. Precipitado e animalesco hehe. Mas costumo defender que comer uma outra pessoa, é precisamente como comer uma dose de ambrosia. Ou um pastel de nata, pronto! Há quem o enfie logo todo na boca e o engula de uma vez com duas mastigadelas. E há quem comece com dentadas gentis para saborear a coisa usando do máximo potencial dos seus sentidos. E pronto, normalmente, isto é feito com a primeira metade do pastel de nata. A outra é mesmo engolida com uma dentada, e muito bem. Penso que quem sabe usar do fast forward e do slow motion aplicado à teoria do pastel de nata, deve ser dos melhores amantes.
Absolutamente de acordo, Sofia!
Apenas falta acrescentar o Rewind hehehe :p porque há coisas que até sabe bem rebobinar ou repetir na mesma sessão...
De facto, a maneira como se vive o momento faz toda a diferença...e nada mais acrescento porque já tudo foi dito! a poesia é assim, completa...o que haveria para acrescentar já está nas entrelinhas.
Ah, o primeiro beijo! Tão inocente, tão pueril, tão irrepetível, tão para sempre… guardado no sótão e trocado por outros melhores!
O poema é lindo… animalesco, sim… precipitado e descaradamente pernicioso… Adoro… porque é autêntico, porque é muito, é exagerado como se deve ser quando se ama alguém verdadeiramente, sem pudores, sem máscaras, sem futuros ou promessas… com respeito e ousada cumplicidade … para deixar apenas que as nossas veias rebentem na fusão e confusão dos desejos!
Não gosto nada da ideia de rebobinar ou repetir… A memória acorrenta e entedia! Bom é renovar, redescobrir, desconhecer todas as noites a pessoa que temos ao lado… sem equações ou trajectos que sabemos de cor! Bom é inventar, desamarrados e rendidos, sem noção…
ok, definitivamente não entendeste o que eu queria dizer com "rewind" :p, mas a linguagem é assim mesmo, limitadora, pois nunca expressa o que realmente queremos!!
Perante o que disseste, não deixo de concordar contigo, a monotonia é entediante... e há que recorrer à imaginação, ou seja, até para fazer Rewind é preciso saber subverter os trilhos já conhecidos, repetindo os bons momentos, mas dando-lhes sempre o estatuto de momentos inegualáveis, pois na verdade, nunca nada se repete quando as mentes se sabem desemcaminhar pelo prazer!
bem, acho que consegui ser ainda mais obscura e não sei se assim torno o Rewind funcional... anyway, forget it! O importante é que o Play esteja sempre pronto a funcionar :p
oi
voltei cá depois de ler o teu comentário no meu post "braga revisitada". Porque é que as pessoas não acreditam nos posts mais verídicos? Os posts de braga são verdadeiros e ainda tenho mais alguns, que esses sim, não se podem contar...ah, és de Braga?
hummm...
:)
beijinho
Bem, eu não me lembro do meu primeiro beijo...quero dizer, lembro-me de alguns bate-chapas dos meus primórdios evolutivos de Cão Sarnento, mas honestamente não sou capaz de recuar na memória até ao ground zero do tal choque frontal. Por outro lado, recordo-me da minha primeira interacção coital. (chamar-lhe "interacção" é algo que o meu ego gosta de fazer para não recordar a tristeza dos factos). Digam o que disserem, a tal de "primeira vez" sucks big time!
Ah, Braga! Eu prefiro pensar que moro na orla da civilização... num buraco negro de montes e bichos escondidos nos seus covis quentes e húmidos ("quente e húmido"... hum... isto faz-me lembrar algo). Quanto à verdade daquilo que se diz, sei apenas uma coisa: eu nunca minto... os outros... bem, gostam de fazer parecer que são tão honestos como eu. Não tenho nada contra floreados de escrita e fantasias apenas ficcionadas... afinal de contas, escrever é-me tão natural como respirar. Normalmente, as divagações ilusórias dos outros divertem-me; nunca poderia estar contra tão agradáveis tendências.
"Ah, Braga! Eu prefiro pensar que moro na orla da civilização... num buraco negro de montes e bichos escondidos nos seus covis quentes e húmidos"
Na verdade ele É um bicho com trinta dedos e sem orelhas. (como acham que ele consegue escrever tão depressa e nunca acatar as opiniões do outros??). Ah, e nos primórdios da juventude, beijava bate chapas.
úúúúúú!!!... daqui a pouco estamos todos a falar em jeito de criancinha e a dizer: " trá-lá-lá... quem diz é quem é!"
"Paixão, paixããããããããããão
não vais fugir de mim
serás paixãããããããããão
até ao fim!"
Heróis do Mar
hahaha! Acho que a entoação correcta do último verso é mais:
"atééééé aaaaoo fim!"
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