Mulher de vermelho




Já alguma vez pararam para pensar na questão do vestido vermelho? Por que razão é que quando vestem um vestido vermelho umas mulheres ficam sensuais, e outras simplesmente parecem a prostituta da esquina? Há que pensar aprofundadamente nessa questão basilar do conhecimento humano. Um homem não sabe se há-se amá-la ou pagar-lhe! Se me perguntarem a minha opinião (que, de qualquer maneira, expressarei mesmo sem ninguém me pedir), a resposta é a mesma que serve para explicar o que faz a distinção entre um cão sarnento e um cão nojento. Atitude. É isso que determina a imagem que cada um projecta nas cabecinhas das outras pessoas. Umas mulheres ficam sensuais porque vestem vermelho por fora e por dentro (metaforicamente falando). Certo. Eu passo a explicar essa brilhantíssima conclusão fundamentada em aprofundados estudos levados a cabo ao longo de várias décadas de isenta observação (ou seja, durante a minha vida). Colocando isto em palavreado simples (que até o panhonhas da camisinha engomada pela mãezinha e penteado de risco ao lado possa entender), qualquer mulher que consiga o prodígio da sensualidade estando enfiada num vestido vermelho, é cadela dengosa por excelência, e é mais segura de si mesma do que o cofre-forte da Casa da Moeda. Resumindo isto num resumo muito bem resumidinho (sim, sim, apeteceu-me esta repetição desnecessária), essas mulheres têm personalidade. Sim, meus caros (e baratos) rapazolas, essa raridade existe! Não é mito, não! Mas essas não são para os dentes de qualquer um. Só os cães sarnentos lhes deitam as patas. (bem… a maior parte das vezes…) Algumas lá conseguem imitar a sensualidade vermelha, mesmo com uma personalidade ligeiramente oca. Na brejeira linguagem do vulgar calão, são as tais a quem se chama de “putas caras”. Pode não ser bonito, mas a realidade é mesmo assim. E já que estamos a falar dessas ilustres mulheres muito trabalhadoras (o que foi? São mesmo! … aquilo é que é “trabalhar”!), aproveito para descer consideravelmente a tabela de preços e abordar o outro lado da questão da mulher dentro de vestido vermelho. Sim, as tais que não conseguem mais do que parecer a prostituta da esquina. Essas… bem… na verdade, essas dificilmente conseguirão parecer sensuais de qualquer maneira. (imaginem aqui o meu sorriso malicioso, se quiserem). São aquelas que, imaginemos, saem de dentro daqueles bolos de aniversário de vários andares (que se vêem nos filmes, de onde por norma sai uma stripper) e obrigam o aniversariante a devolver o bolo à pastelaria por ter pedido uma cereja e lhe terem posto uma groselha. É claro que há cães que não se importam de se contentar com a groselha (os cães nojentos, para que se saiba), e aqueles que eventualmente até preferem a groselha (para estes cães nem sequer há adjectivo que denigra suficientemente a sua subespécie). Trocando isto por palavras que até a mente mais simples pode perfeitamente entender, a mulher que consegue ser sensual veste o vestido vermelho para agradar a si mesma (mesmo sabendo que também agradará aos cães), e a mulher que de maneira alguma, jamais, em todas as realidades possíveis de absurdas leis que permitam todos os disparates, por mais ridículos que se apresentem (OK, se calhar exagerei um bocadito) … concluindo, essas DEVEM afastar-se de todo e qualquer vestido vermelho! (excepto na única ocasião em que tal despropósito lhes é justamente permitido… no Carnaval). Mas há que acompanhar os tempos. Agora as mulheres vão trocando os seus femininos vestidos pelas (também) femininas calças. Não tenho absolutamente nada contra essa tendência (adoro admirar um belo traseiro de mulher bem apertadinho dentro das costuras de um sugestivo par de calças), mas acontece que, como me pareceu mais apelativo usar uma imagem com uma mulher de calças em vez do tal vestido, pareceu-me que devia justificar essa escolha de alguma maneira. O que é que querem? Nem todas as palavras que digo têm de ser verdades absolutas e iluminadas. Posso perfeitamente dizer algumas frases apenas porque me apetece. Aceito, sem qualquer problema, viver com a ideia de que consigo fundamentar com uma base aparentemente lógica qualquer idiotice que me apeteça afirmar. (não, não estou a admitir que digo idiotices… isso seria uma idiotice).

Cão Sarnento.

7 comentários:

Engonha McQueen disse...

Gosto muito de vestidos vermelhos. Daqueles que se aproveitam do corpo para destapar a alma! Daqueles que rodam com a brisa dos gestos e deixam a descoberto a virtude das curvas... Os outros...são apenas ridículos e tristes!
Mas o que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo é de cães entendidos que sabem distinguir um belo de um Dior de um exemplar de lantejoulas, comprado ali nos chineses para desenrascar! Gosto muito!;)

Turki disse...

A tricofitia agarra-se ao vestido, por isso esquece cadelita;)

Engonha McQueen disse...

Obviamente, não percebes nada de moda! Que desilusão... Num Dior, até a tricofitia fica bem! Dá-lhe um ar... exótico!! Tudo fica bem quando se tem atitude... Vê lá se aprendes qualquer coisinha com o dono deste bloguezito divertido, embora eu acredito que ou se é...ou nunca se chega a ser;)

Turki disse...

Para o dono deste blog …RESPEITO!!!
Para ti ??? Hummmm… ainda bem que não te iludi . Porque não quero que penses que és mais do que realmente és.
Só mais umaaaaaaaaaa … cadelita ;)

Noélia Santos disse...

Acabo de ler todos os "ensaios" do Cão Sarnento! Mas passo já à desambiguação do termo: não me refiro apenas ao género literário, mas também a experiências onde os compostos químicos aguardam a mágica reacção num tubo de "ensaio"!experimentações sobre a tão crua e nua (não vou dizer "realidade") natureza humana...não o subestimem!Ele sabe do que fala ou não tivesse ele um olhar apurado de águia e uma sensibilidade térmica de serpente (male, of course)...já agora, para não falar só de cães e cadelas!!!
Para completar, estes "ensaios" servem primeiro para rir e depois parar reflectir...se não fosse o riso para disfarçar a vergonha e para atenuar o trauma :p...mas que raio de pessoas seriamos nós se não nos rissemos das nossas tristes figuras...o riso é esquecimento!

Cão Sarnento disse...

Ah! O agradável reboliço nas trincheiras dos sexos opostos! Desde vestidos vermelhos carregados de tricofitia até tubos de ensaio borbulhantes de brilhantes conclusões existenciais, o enredo adensa-se.
Let the game continue...

Rui Caetano disse...

O vermelho é a minha cor preferida e numa mulher é tentador e belíssimo.